A historia da Escola Charlotte começou em novembro de 1985 quando nasceu a pequena Charlotte, filha de Bernadete Rocha e José Bork. Bernadete conta que o nascimento da filha, com Síndrome de Down, inicialmente foi um choque. O pai reagiu firme e indicou que deveriam seguir adiante: “é nossa filha”.
Já nos primeiros meses de vida de Charlotte, Bernadete começou a desenvolver alguns exercícios de yoga na filha, tentando melhorar o equilíbrio e a coordenação da pequena. Uma de suas clientes, Dora Scharf, trouxe do Rio de Janeiro um livro sobre o método de reorganização neurológica. A partir de então, novos horizontes se abriram na vida de Charlotte. A família foi para a capital carioca conhecer o trabalho lá desenvolvido e passou a aplicar na menina.
“Alguns vizinhos começaram a ver o desenvolvimento de Charlotte e ficaram curiosos. A então diretora do SESI, Celzi Tavares Metzler, cedeu um espaço na instituição para que pudéssemos desenvolver trabalhos no chão com a Charlotte e outras crianças com Síndrome de Down cujos pais me procuravam”, conta Bernadete. No inicio também contou com a ajuda de algumas clientes, que emprestavam suas mãos para aplicar os exercícios em Charlotte. “Muita gente me ajudou”, relembra.
Inicialmente, Bernadete, a filha Charlotte, um grupo de amigas e algumas crianças iam todos os dias a pé do Jardim Maluche até a Rua Daniel Barni, na casa de Elisa Bacca, para desenvolver as atividades de reorganização neurológica. O trabalho era desenvolvido também, no SESI e no Circulo Bom Samaritano. No entanto, mais pais foram procurando por Bernadete e a amiga Sônia Marise Zen Walendowsky, junto com Elisa Bacca, Edi Barni e Leonor Bacca Lenzi auxiliaram para que fosse criada, de fato, a escola. O endereço da escola passou a ser em frente ao Sesi, na casa de Leandro Zen e Daniela Zen, que alugaram o espaço. Para adaptar o local, a arquiteta Cintia Bertoli Diegoli cedeu seus serviços voluntariamente.
Foi em 13 de março de 1990 que surgia a Escola Charlotte, em Brusque, com o objetivo de trabalhar a reorganização neurológica em crianças e adultos portadores de Síndrome de Down, autismo e outras dificuldades.
Já nos primeiros meses eram mais de 40 alunos. Para manter a entidade, foi preciso realizar eventos, rifas pedágios e contar com a colaboração de empresas, voluntários e poder publico. Em outubro de 1990 o instituto foi declarado de utilidade publica, através de lei municipal.